O Monólogo de Ofélia
As rosas derramam o perfume na Primavera
Tal qual o javali derrama seu sangue ao leão
Tal qual Ofélia derrama suas palavras na poesia
E seu amor a Orfeu
Orfeu, a mais brilhante e distante estrela
do céu em água, repleto de flores, dela
O céu em água, céu em morte de Ofélia
Céu visível unicamente através das flores
Céu das flores, por final
Céu sem amores, afinal
Apenas com Orfeu
Orfeu, com sua alma e seu corpo,
Faz-me sentir ainda mais a capacidade de ser Ofélia
Ofélia menos Orfeu, há paradoxo mais real
Orfeu meu sentimento, razão e loucura
Orfeu, minha prisão e liberdade
Então, apenas vá embora, Orfeu
Toca tua lira longe de mim
E liberta-me, assim, para amar-te.
por Ofélia Imortal
quinta-feira, 10 de junho de 2010
O Monólogo de Ofélia
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