quinta-feira, 10 de junho de 2010

O Monólogo de Ofélia

O Monólogo de Ofélia

As rosas derramam o perfume na Primavera

Tal qual o javali derrama seu sangue ao leão

Tal qual Ofélia derrama suas palavras na poesia

E seu amor a Orfeu

Orfeu, a mais brilhante e distante estrela

do céu em água, repleto de flores, dela

O céu em água, céu em morte de Ofélia

Céu visível unicamente através das flores

Céu das flores, por final

Céu sem amores, afinal

Apenas com Orfeu

Orfeu, com sua alma e seu corpo,

Faz-me sentir ainda mais a capacidade de ser Ofélia

Ofélia menos Orfeu, há paradoxo mais real

Orfeu meu sentimento, razão e loucura

Orfeu, minha prisão e liberdade

Então, apenas vá embora, Orfeu

Toca tua lira longe de mim

E liberta-me, assim, para amar-te.

por Ofélia Imortal

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