O heterônimo: Ofélia




Ofélia Imortal e Orfeu Rebelde
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Criei a essência de Ofélia Imortal, a alcunha foi criada pela escritora Anne Rice para sua personagem Mona Mayfair, inspirada na heteronímia de Fernando Pessoa. Pessoa, em seu gênio profundo e infinito, gerou “humanos imaginários” que possuam história, data de nascimento e até de morte, mas que eram mera ficção para manifestar os diversos pontos de vista. Os mais famosos são Alberto Caiero (“o homem do campo”), Ricardo Reis (o meu amado “médico clássico”) e Alváro de Campos (o atormentado “engenheiro futurista”).
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Ofélia segue a mesma linha de pensamento. Ela é o meu heterônimo que transborda lirismo e sentimentalismo, que repassa um amor transcedental e proibido. Ofélia não é exatamente um ser de carne e osso e sim uma entidade – uma abstração humanizada que é movida a amor, uma mulher eternamente amando e eternamente cônscia da impossibilidade da concretização do amor. Ela é a cristalização dos ideais do Amor Divino de Platão – meu filósofo preferido, meu mestre e fundamental professor sobre a vida. Ela sofre e não sofre amando a distância, por que o amor que almeja está na Beleza da Alma e o alcance da Imortalidade, contudo paradoxalmente há o “coito” (dor) por que Ofélia também é uma deusa da carne, também ama a mortalidade e é sensualista, tem o apreço pelo que é mortal tanto quanto pelo espiritual. Ofélia trás em si algo sobre um amor a imortalidade, por que eu morrerei, mas as palavras de Ofélia não. Elas ficarão.
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Esta cria da minha imaginação ociosa não tem uma história fixa, mas tem uma personalidade: Ela trás as particularidades da Ofélia de William Shakespeare, morta em meio as rosas na água da imortal peça “Hamlet”. Também amo Shakespeare leio desde os doze e embora minha peça preferida seja “Macbeth” (tenho que abrir um espacinho e comentar da genialidade da vilã mais perfeita do teatro de todos os tempos: Lady Macbeth, que tem uma das falas – ao invocar os espíritos do mal – mais geniais de todo o teatro shakespeariano). Elementos menores sobre a personalidade dela advem da música “Ophelia” de Natalie Merchant.

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E a aparência de Ofélia? Apesar de abstrata ela tem, em homenagem a Mona Mayfair cujos rubros cachos são marcar eternas, uma aparência nórdica. Algo como a pintura “Ophelia” de Hughes:
 
 

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Tinha que ser bela? Eu sou feia, mas amo uma beleza de rosto e corpo idealizada, algo que, apesar de carnal, transcenda a própria carne. Algo como a beleza da minha amada Natalie Dormer.

Aqui está o que vocês precisam saber sobre Ofélia, se quiserem entender sobre os poemas que venho publicando no blog.


E quem é o Orfeu Rebelde, a quem Ofélia tanto chora? Orfeu é o poeta dela, que completa a alma dela com o lirismo sensível e profundo. Orfeu que nunca poderá ser de Ofélia. Orfeu Rebelde: Belo, revoltado, profundo, amado. E inalcançável.
Orfeu também toca lira como o mitológico que foi resgatar a esposa Eurídice do Hades.